Biografias dos Grandes Mestres

Biografia - Vincent van Gogh (1853-1890)

Biografia - Michelangelo (1475-1564)

Biografia - Paul Cézanne (1839-1906)

Biografia - Leonardo da Vinci (1452-1519)

Biografia - Claude Monet (1840-1926)

Biografia - Francisco de Goya (1746-1828)

Biografia - Pablo Picasso (1881-1973)

Biografia - Diego Velázquez (1599-1660)

Biografia - Henri Matisse (1869-1954)

Biografia - Paul Gauguin (1848-1903)

Biografia - Joan Miró (1893-1983)

Biografia - Caravaggio (1571-1610)

Biografia - Salvador Dalí (1904-1989)

Biografia - Eugène Delacroix (1798-1863)

Biografia - Edvard Munch (1863-1944)

Biografia - Auguste Renoir (1841-1919)

Biografia - Rembrandt (1606-1669)

Biografia - Edgar Degas (1834-1917)

Biografia - Peter Paul Rubens (1577-1640)

domingo, 11 de novembro de 2012

Biografia - Edgar Degas (1834-1917)

Hilaire-Germain-Edgar De Gas provinha de família abastada e nasceu em 19 de julho de 1834, em Paris. Descendia, por parte de pai, de ricos banqueiros napolitanos, e sua mãe era uma americana de Nova Orleans. Filho de apreciadores de música e artes plásticas, foi privilegiado por desfrutar do incentivo do pai, que permitiu que o jovem artista transformasse um dos quartos do apartamento em ateliê.

Foi também com o apoio do pai que o jovem Edgar abandonou a faculdade de Direito para se dedicar exclusivamente à arte: discípulo do pintor Félix-Joseph Barrias e depois de Louis Lamothe (que havia sido discípulo de Ingres), Degas logo realizaria viagens à Itália, passando por Roma, Assis, Orvieto e Nápoles. É dessa época seu notável retrato "A Família Bellelli", onde podemos notar uma "tensão" na expressão de seus tios, que viviam em Florença. Durante suas viagens à Itália (três em quatro anos), se empenha no estudo de artistas renascentistas, cuja maneira de desenhar seria de fundamental influência para o pintor.

Na sua volta a Paris, em 1862, conhece Édouard Manet, que viria a ser seu grande amigo e lhe apresentaria ao círculo de artistas que algum tempo mais tarde formaria o grupo dos "impressionistas". Homem de personalidade arredia e fechada, Degas tinha forte tendência para a melancolia, além de uma língua ferina. Chegou a ser apelidado de "Urso", dado o "perigo" que corriam aqueles que dele se aproximavam.

Sua proposital reclusão, porém, foi fundamental para que desenvolvesse seu apurado método artístico: incansáveis croquis e esboços eram feitos antes de cada tela. Ainda que muitas vezes apresentasse trabalhos de aparente simplicidade e casualidade, era através de muito estudo que conseguia atingir seu objetivo: obras quase "fotográficas", com cenas que parecem captar um momento único e inesperado, impressões efêmeras (daí sua inclusão entre os impressionistas) de uma espontaneidade calculada. "O que faço é resultado da reflexão e do estudo dos grandes mestres, não sei nada a respeito da inspiração", afirmava.

Ao contrário dos impressionistas mais "puros", gostava de trabalhar dentro de seu estúdio, fazendo uso de iluminação artificial. Era desse modo que conseguia apurar os traços do desenho. Seu objetivo era conciliar técnicas tradicionais com temas de sua época: personagens comuns como bailarinas, cavalos, mulheres trabalhando ou em momentos de intimidade eram seus preferidos.

Nos últimos anos de vida Degas foi progressivamente perdendo a visão, o que fez dele uma pessoa ainda mais reclusa e de difícil convivência. Isolado e com poucos amigos, viria a morrer em 27 de setembro de 1917, na Paris onde sempre viveu.

CURIOSIDADES

  • Amor peculiar
    Ainda que não se tenha conhecimento de qualquer relacionamento duradouro de Degas com alguma mulher, o pintor tinha verdadeira adoração pela figura feminina. Além de suas séries de pinturas e esculturas de bailarinas, realizou diversos nus de mulheres em momentos bastante íntimos, geralmente no banho, em posições inesperadas e por vezes esdrúxulas. Sua longa amizade com a pintora americana Mary Cassatt também suscitou boatos de que seriam amantes, boatos nunca confirmados, porém.

  • Bailarinas
    Degas exibiu somente uma escultura durante a vida: a "Pequena bailarina aos 14 anos", de 1881. A obra causou reações negativas em críticos e artistas, dado seu extremo realismo. A bailarina usava roupas de verdade e tinha até uma peruca. O artista se baseou numa menina pobre que freqüentava aulas de balé, e cuja irmã era prostituta. Especula-se que a própria modelo, posteriormente, também viria a trabalhar como prostituta para se sustentar.
Carroceiros
  • Quando estava com 56 anos e já sentindo sua vista piorar, Degas empreendeu uma feliz viagem de carroça pela região da Borgonha, na França, juntamente com seu amigo Paul Bartholomé, que era escultor. Juntos percorreram diversas cidades, totalizando 567 quilômetros de percurso. Levados apenas por um cavalo branco, os artistas iam parando de cidade em cidade, onde apreciavam a comida local e por vezes eram recebidos até com honrarias cívicas.
  • Japão, Londres e Nova Orleans
    Além da Itália, Degas foi influenciado por elementos desses três locais: era um ávido colecionador de estampas e ilustrações japonesas, das quais tirou inspiração para retratar suas mulheres se banhando, por exemplo; em Londres, tomou conhecimento das paisagens de John Constable, e em Nova Orleans, onde passou vários meses, conheceu a atmosfera das bolsas de mercadorias, cada vez mais importantes na então crescente sociedade industrial. Ali pintou "A Bolsa de Algodão de Nova Orleans", de temática inovadora para a época.
Edgar Degas foi um típico artista do século 19: época de grandes mudanças geopolíticas, avanços tecnológicos e, no caso de pintores como ele, grandes mudanças na maneira de se fazer arte. O Realismo, em oposição ao Romantismo, baseando-se na razão, no desenvolvimento da ciência e no retrato da realidade, era a corrente "do momento". E os Impressionistas, grupo onde Degas geralmente é enquadrado, foram revolucionários ao propor uma nova maneira de pintar, onde o movimento e a luz eram os elementos mais importantes das obras, com pinceladas mais soltas e ligeiras, fugindo da maneira "clássica" e acadêmica de fazer arte. Pintar à luz do sol era outra característica desses artistas.

Degas, por vezes, gostava de se classificar como um pintor "realista". Numa de suas declarações, porém, chegou a afirmar: "Feliz de mim, que não encontrei o meu estilo, coisa que me faria muita raiva!". Obcecado pelas linhas de Ingres, mesclou em seu trabalho diversos conhecimentos das artes clássicas, de inspiração renascentista, com inovações típicas dos pintores de sua época, como a maneira diáfana de usar a tinta e a preferência por retratar cidadãos comuns, populares, desconhecidos. O Impressionismo seria o estopim para diversos movimentos de ruptura da Arte Moderna.

Das oito Exposições Impressionistas realizadas entre 1874 e 1886, Degas participou de sete. Porém, em vida, teve apenas uma mostra individual concretizada. Seu verdadeiro reconhecimento viria apenas após sua morte. Nessa ocasião, a Europa vivia os horrores da 1ª Guerra Mundial. Por sinal, algumas décadas antes, por volta de 1870, o artista serviu no setor de artilharia durante a guerra Franco-Prussiana, da qual a França sairia perdedora e teria início a República.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

twaaaaa